Deram-me uma lição!!

Há umas semanas, enquanto esperava que, na oficina, arranjassem o meu carro, fui tomar o pequeno-almoço a um café ali perto.

Estava descansada a comer e a passar o olhos pelos apontamentos de espanhol porque ia ter exame nesse dia, quando entrou um senhor de idade que começou a andar de mesa em mesa a pedir esmola. Quando se dirigiu a mim, fiz o que faço normalmente nestas situações: levantei a mão em sinal de STOP, abanei a cabeça em negação e continuei a fazer o que estava a fazer.
O senhor, após ter passado pelas mesas, dirigiu-se ao balcão. Nessa altura, já uma funcionária se lhe dirigia, dizendo-lhe que não podia pedir esmola ali. A funcionária não pode acabar a frase porque, um cliente perguntou ao senhor se ele tinha fome e se queria tomar o pequeno-almoço. Ele espondeu que sim e o cliente dirigiu-se à funcionária e disse-lhe que servisse aquele senhor que ele faria o pagamento.
Nesse momento senti uma vergonha tremenda, como não me lembro de sentir há muito tempo.

Quando é eu me esqueci de como se age correctamente??

E mais, não posso dizer que esta minha atitude de indiferença foi por falta de bons exemplos e educação dada pelos meus pais porque, nesse exacto momento, lembrei-me de uma situação semelhante, a que assisti quando era pequena, em que o meu pai, ao ser abordado por uma criança a pedir esmola, perguntou-lhe se ela tinha fome e se queria comer e, como a resposta foi positiva, entrou com ela no café mais próximo e deixou-a escolher o que queria comer.

O que me deu??

Foi esquecimento ou simples indiferença??

Seja o que for, foi muito mau!
Normalmente dou lições mas, desta vez, eu é que aprendi uma grande lição!

Com lágrimas nos olhos...

Esta semana foi a Festa de Natal lá da escola.

Horas e horas de ensaios e de espectáculos...

Apesar de muito cansaço e stress (ainda sinto que estou a ressacar), nestas ocasiões sinto-me sempre recompensada pela alegria, pela experiência (para alguns única), pelas reacções e pelos sentimentos que vejo e tenho oportunidade de partilhar.
Sinto que os alunos que participaram tiveram oportunidade de crescer e que eu cresci com eles. Isto porque sinto sempre que, ao vê-los, ao estar com eles, saio valorizada profissionalmente e principalmente, saio valorizada a nível pessoal!!
A meio do último espectáculo, um dos colegas do grupo veio despedir-se (em Janeiro já volta a colega que ele estava a substituir).
Ao vê-lo tocar a última vez com aqueles alunos, fui esconder-me atrás do ecrã de projecção. Fiquei triste porque tenho pena que ele não vá continuar a trabalhar connosco e, logo de seguida, vieram-me as lágrimas aos olhos: Lembrei-me que, daqui a seis meses, vou estar eu nessa situação… vou estar PELA ÚLTIMA VEZ a partilhar estas emoções com ESTES alunos (porque não faço a mínima ideia onde o próximo concurso me vai colocar).
Nos outros anos, andava de escola em escola, não tinha muito tempo para criar laços e, como tinha perfeita noção disso, assim que um se começava a formar eu cortava-o (ou pelo menos deixava-o frouxo para que fosse fácil soltar-me).
Agora, estando três anos na mesma escola, acompanhando o crescimento dos alunos e contribuindo para o seu desenvolvimento de forma continuada, deixei (sem querer) que os laços se apertassem e, na festa, tomei consciência que estou completamente amarrada, que vai ser muito difícil quando tiver que me soltar…

Limpei rapidamente os olhos, coloquei um grande sorriso para que ninguém conseguisse ler o meu pensamento e tentei…

NÃO SOFRER POR ANTECIPAÇÃO!!!

Fui reprogramada :)

“Reprogramação Músculo-Articular é um método terapêutico que utiliza adesivos de formato especial (chamados de células programadoras), sem qualquer tipo de medicamento, colados na pele. São colocados em locais determinados a partir de uma avaliação clínica criteriosa. As aplicações são feitas com o objectivo de corrigir as alterações biomecânicas do sistema músculo-esquelético.
A proposta de tratamento é curativa, visando o equilíbrio energético, muscular, articular e metabólico, a normalização da amplitude de movimento e do tónus muscular.

Este método trata a origem da lesão e não apenas os sintomas apresentados pelo paciente, através das cadeias musculares e articulares.” http://www.metodorma.com.br/OqeRMA.html

E durante sete dias seguidos...

...não tive dor!!!

(O que é um record de há um ano para cá!)

Pena que não fiz um backup do meu corpo antes de me aparecer a lesão. Se o tivesse feito bastava formatar o disco e adeus fasceíte.

Assim, restam-me as reprogramações!!
lol
http://www.fisioglobal.espinho.in/